Autoridades de saúde pública do Reino Unido declararam estado de National Incident devido à detecção de vírus da pólio derivado de vacina em amostras de esgoto de Londres. Essa situação permite a associação de órgãos do governo, entidades não-governamentais e empresas privadas no combate do problema em questão.
A primeira detecção do virus aconteceu em fevereiro e, desde então, outras amostras de esgoto registraram positivo para o patógeno. Até o momento, não há casos de poliomielite, nem paralisias relacionadas.
Mesmo assim, os órgãos de saúde reiteram a necessidade de que os cidadãos se atentem para os sintomas da doença. Assim como tenham certeza de que estão regulares com a vacinação, bem como a dos familiares, para reduzir o risco da doença.
O virus derivado de vacina é um patógeno enfraquecido introduzido no corpo humano via vacina oral, a fim de criar anticorpos e fortalecer a defesa. Os testes de amostras de esgoto geralmente computam casos desconexos de virus da pólio todo ano. Esses, em geral, vêm de pessoas que receberam a imunização oral em outros países que não o Reino Unido e que viajam ao país.
Quem toma a vacina, geralmente apresenta vestígios do virus enfraquecido nas fezes por algumas semanas. Não há perigo em se vacinar.
O alarme vem porque os casos detectados desde fevereiro estão relacionados uns com os outros e têm mutações. Ou seja, há indícios de que os vírus estão evoluindo ao contagiar de uma pessoa para a outra. Esses alertas acontecem de forma relativamente frequente durante o ano.
A doença
A poliomielite se caracteriza pela fraqueza das extremidades do paciente, dos músculos envolvidos na respiração e deglutição, que progride em cerda de 10 dias. Pode evoluir para paralisia. É um vírus intestinal e a contaminação ocorre via fecal e oral. Há vacina contra a doença via oral e aplicada ainda enquanto criança.
Em março, a detecção de um caso da doença em Israel em uma criança de 3 anos e outros casos no Maláui, na África, elevaram os alertas para a doença, que havia sido anunciada como erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na região.
A vacinação contra a pólio decaiu nos últimos anos no Brasil. em 2015, a cobertura vacinal chegava a 98,29%. Em 2021, cobria apenas 67,71%, de acordo com dados do Datasus.
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Texto: Artur Lesnau
Foto: Myke Sena/Especial para o Metrópoles
Fonte: Metrópoles