A derrota do Mengão tem nome e sobrenome: Jorge Sampaoli

O Flamengo perdeu do Botafogo, num clássico emocionante no Maracanã, por obra e graça do seu treinador, o argentino Jorge Sampaoli. Pelas razões que enumero a seguir:

1)-Antes do jogo, o técnico mostrou o seu lado soberbo ao afirmar que estava montando um time invencível. Ele ainda estava sob o efeito dos 8 x 2 sobre o Maringá, que certamente impregnou o vestiário de otimismo. Ele já tem idade suficiente para saber que não existe time invencível. Pior: os adversários ganham motivação quando veem isso na mídia;

2)- Esse mesmo Sampaoli, que, ao insistir nesse esquema de três zagueiros, está simplesmente matando o futebol de Ayrton Lucas, talvez o melhor lateral-esquerdo do país. Como tem sido obrigado obrigado a jogar de "meia", o futebol dele sumiu;

3)- Insistir na escalação de Vidal é um erro imperdoável. A impressão que se tem, desde que pisou no Brasil, em julho de 2022, o chileno nunca conseguiu entrar em forma. Mas como é considerado "muy amigo" do treinador, desde quando trabalharam juntos no Chile, ganhou esse privilégio.

4)- Ninguém foi capaz de marcar Tchê Tchê – e isso é uma coisa que o técnico precisava enxergar. Sozinho, ele destruiu o meio de campo do Flamengo, inclusive no segundo tempo, quando o Botafogo ficou com um jogador a menos. A jogada do terceiro gol foi humilhante;

5)- A propósito de jogar com 11 x 10, faltou a Sampaoli a ousadia de botar o time no ataque. Pelo contrário: manteve a tática de três zagueiros, que, a rigor, precisavam marcar apenas o atacante Tiquinho Soares, que, mesmo assim, marcou três gols. O zagueiro Léo Pereira, certamente descumprindo ordens do chefe, foi pra frente e marcou dois gols.

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Texto: Marcondes Brito

Foto: Buda Mendes/Getty Images