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Remontagem quer levar a sensação que o longa original deve ter dado a quem o viu no cinema em 1986.

O novo longa de Pete "Maverik" Mitchell (Tom Cruise) é um misto de nostalgia com uma história que vangloria seu protagonista

Por Luiz Prisco em 23/05/2022 às 17:06:32

Em algum momento da nossa existência é certo que entramos em um e-commerce e compramos algo que não tinha a menor necessidade. Por quê? É difícil precisar, mas talvez seja só para se satisfazer por alguns minutos, hora ou dias. Essa tendência de comportamento se aplica, em alguma medida, a Top Gun: Maverik, filme com aviões, ação e Tom Cruise. A produção estreia nesta quinta-feira (26/5).


Acredito que, fora os fãs ávidos do longa de 1986 (que, por sinal, tem a minha idade), poucas pessoas pensavam ser realmente necessária uma sequência com mais aviões e ainda mais Tom Cruise. Mas, tal qual a gente quando abrimos o pacote comprado na internet, é impossível não se divertir com aquele produto (não verdadeiramente necessário) adquirido.


Top Gun: Maverik é sobre isso… e tá tudo bem. O já gasto meme é perfeito para explicar o longa dirigido por Joseph Kosinski (Oblivion, Tron), criado para Tom Cruise mostrar como entende o cinema de ação que o consagrou e que não pretende modernizar nada. Mas, alto lá, não é um texto sobre como as franquias de antigamente erram ao se adaptar ao mundo contemporâneo.


Nada disso!


Não há problema algum em colocar demandas da sociedade atual em longas que fizeram sucesso no passado. É algo que as tornam necessários, contemporâneas e atuais. O ponto é que Top Gun: Maverick não faz isso e, mesmo assim, não se torna desnecessário, justamente porque é bem feito e divertido. Uma remontagem da sensação que o longa original deve ter dado a quem o viu no cinema. Algo que meus 36 anos não permitiram.


Em mais uma aventura personalista, Tom Cruise transforma seu Maverik em um personagem necessário àquela história – mesmo que muitos relutem em aceitar isso. E, se o filme é sobre ele, por que construir um conflito diferente? Mesmo com uma sútil pincelada em um debate sobre tecnologia x humanidade, a produção se preocupa em colocar seu protagonista no topo novamente, após três décadas.


Pode soar repetitivo? Poderia, não fosse o conhecimento que Tom Cruise tem das franquias de ação. São 2h17 minutos com ação, emoção, conflito e reverência a Top Gun: Ases Indomáveis (tudo, absolutamente tudo, que a recente trilogia Star Wars não conseguiu). Em outras palavras, pode ser meio que o mesmo filme, mas ele ainda continua muito legal. Por isso, queremos rever Iceman (Val Kilmer – em cena tocante devido o problema de saúde do ator) e Penny (Jennifer Connelly).


Ao mesmo tempo, é muito divertido ser apresentado a Bradley "Rooster" Bradshaw (Miles Teller) e seu antagonista Jake "Hangman" Seresin (Glen Powell) – não preciso nem mencionar que dupla eles forma nessa versão, né? Ou a Natasha "Phoenix" Trace (Monica Barbaro), que, por ser uma pilota na Força Áerea, promove a atualização geracional do longa.


Top Gun: Maverik poderia não ser de fato necessário para o legado do filme de Ases Indomáveis. Mas, é inegável, consegue cativar, tal qual Tom Cruise e seu domínio sobre seus longas de ação. É empolgante ver (ou seria rever?) e é saudosista na mesma medida em que sinaliza que talvez seja a hora de a gente se divertir um pouco.



Texto: Luiz Prisco
Foto: Divulgação

Fonte: Metrópoles

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