Operação cumpre mandados contra pedofilia na internet e prende um suspeito em Curitiba

Segundo o delegado coordenador da operação no Paraná, José Barreto de Macedo Júnior, o suspeito confessou o crime e informou que usava um programa para baixar os conteúdos, assistia e deletava. "Porém, conseguimos acessar alguns arquivos que não tinham sido deletados, e demos voz de prisão. Encaminhamos ele para o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) e responderá pelo crime, que cabe fiança. Caso não pague, ficará à disposição da justiça", explicou.

O suspeito responderá pelo Artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que pode ir até quatro anos de prisão. Ainda segundo a PCPR, se constatado que ele compartilhou as imagens, ou até mesmo produziu os conteúdos, também responderá.

Em relação aos outros dois mandados, um deles, o alvo não estava no local. Já no outro, não houve indícios de que o crime estava sendo praticado. "Foi nos informado que um dos alvos estava em São Paulo. Entretanto, fizemos uma busca autorizada na casa e encontramos um notebook, com registros de que ele estava armazenando esses conteúdos e a pessoa será indiciada. O terceiro mandado, possivelmente, alguém estaria usando o wi-fi da pessoa, razão pela qual ela vai ficar como testemunha, pois não tem indícios de ter praticado o crime", esclareceu.

Operação

Cerca de 80 policiais federais dão cumprimento a 17 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Santa Catarina, Amazonas, Amapá, Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

No total da Operação, 656 policiais, em 11 estados brasileiros e, ainda, nos Estados Unidos, Panamá, Paraguai, Chile, Equador e El Salvador atuam nas buscas decretadas contra 105 alvos, cumprindo mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual praticados contra crianças e adolescentes.

A ação desencadeada é decorrente de cooperação mútua entre a Diretoria de Operações da Secretaria de Operações Integradas do MJSP. Houve também colaboração da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, por meio da Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega em Brasília (US Immigration and Customs Enforcement-ICE), oferecendo cursos e capacitações que subsidiaram as cinco fases da Operação Luz na Infância.

Perfil

Segundo o delegado, não há um perfil de pessoas pedófilas e que, inclusive, na primeira fase da operação, uma mulher foi presa .

"Já prendemos desde jovens até idosos, até mesmo mulheres. A pessoa tem esse desejo por criança e adolescente e, a partir do momento que está em casa com o computador, ela se sente protegida. Acha que ninguém vai chegar até aquela situação e que a Polícia Civil não vai saber que ela está vendo esse tipo de conteúdo", completou.

Segundo a PCPR, as investigações vão continuar, tanto em Curitiba, quanto em outras cidades.

ALVOS POR ESTADO (mandados cumpridos pela PF):

Paraná: 03 (Curitiba 01, Apucarana 01 e Londrina 01);
Santa Catarina: 01 (Tijucas);
Amazonas: 01 (Manaus);
Amapá: 01 (Macapá);
Maranhão: 05 (São Luis);
Alagoas: 03 (Maceió);
Rio Grande do Norte: 02 (Natal)
Rio de Janeiro: 01 (Rio de Janeiro)

OUTRAS FASES:

A Operação Luz na Infância está na sua quinta fase. Os resultados das anteriores foram os seguintes:

Luz na Infância 1 – 20 de outubro de 2017. Foram cumpridos 157 mandados de busca e apreensão de computadores e arquivos digitais. Foram presas 108 pessoas.

Luz na Infância 2 – 17 de maio de 2018. As Polícias Civis dos Estados cumpriram 579 mandados de busca, resultando na prisão de 251 pessoas.

Luz na Infância 3 – 22 de novembro de 2018. Operação deflagrada no Brasil e na Argentina com o cumprimento de 110 mandados de busca, resultando na prisão de 46 pessoas.

Luz na Infância 4 – 28 de março de 2019. Operação deflagrada em 26 estados e no Distrito Federal resultou no cumprimento de 266 mandados e 141 pessoas presas.