De acordo com o advogado da família da vítima, Ygor Nasser Salah Salmen, são três qualificadoras que podem aumentar a pena. "Motivo fútil, por ter matado alguém em razão do incomodo com o barulho da festa. Perigo comum, porque existiam mais pessoas no local. Torne impossível, por não dar a defesa ao ofendido, já que ela estava longe, de costas e não imaginava que alguém iria atirar", explicou em entrevista à Banda B na manhã desta segunda-feira.
O homicídio simples prevê pena de seis a 20 anos de prisão, já o qualificado de 12 a 30 anos. "O juiz havia decidido que ela iria a júri popular sem as qualificadoras, por dolo eventual, mas nunca aceitamos esse entendimento e acreditávamos que a ordem processual precisava ser reestabelecida. Acertadamente o STJ, assegurando a competência do Tribunal do Júri, reformou a decisão e determinou que a Policial vá a Júri com as três qualificadoras do Homicídio", destacou.
Kátia responde ao processo em liberdade e o juiz autorizou que ela siga assim durante os recursos. Ainda cabe recurso da decisão do STJ.
Rosária participava de uma confraternização no dia 23 de dezembro de 2016, no Centro Cívico, quando foi baleada na cabeça. Ela chegou a ser socorrido e ficou internada no hospital, mas não resistiu e morreu no dia 1º de janeiro. Na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Kátia disse que se irritou com o barulho da festa, que ocorria ao lado de casa. O disparo teria sido feito da janela do apartamento dela.
A investigação da Polícia Civil apontou que Kátia fez mais de um disparo contra a festa em que a vítima estava. De acordo com a análise da Polícia Científica, uma das simulações mostra que a janela de Kátia é compatível com a trajetória da bala que atingiu a cabeça de Rosária. A investigação encontrou ainda um vídeo de monitoramento de uma empresa vizinha, que apontaria que a investigadora fez pelo menos dois tiros contra a festa e não um como afirmou em depoimento na DHPP. As imagens mostrariam clarões vindos da janela da policial.
O laudo, no entanto, aponta uma ressalva. Os peritos apontam que uma árvore e outros elementos causam uma obstrução de visão direta. Mesmo assim, a perícia acredita que a janela é compatível como origem do tiro.
Kátia foi indiciada pela DHPP pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, motivo fútil e sem defesa pra vítima. O inquérito foi assinado pelo delegado Fábio Amaro.