Nosso Lar 2 quer manter prestígio da franquia religiosa nos cinemas

Nosso Lar 2 — Os Mensageiros chega aos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira (25/1), pouco mais de 13 anos após o lançamento do primeiro longa. Também dirigido por Wagner de Assis, a história traz de volta o médico André Luiz (Renato Prieto), agora para acompanhar a missão de um grupo de anjos no auxílio a três pessoas com histórias interligadas: Otávio (Felipe de Carolis), Isidoro (Mouhamed Harfouch) e Fernando (Rafa Sieg).

A novidade foi cheia de desafios para o diretor, que queria contar uma história tão boa quanto a do primeiro longa, mas que se mantivesse sozinha. "Atravessar 13 anos com o projeto não foi simples, exigiu uma dose extra de esperança, de confiança, de resiliência, de acreditar que boas histórias podem e merecem ir ao cinema", afirma o profissional.

Assis garante ainda que está muito grato com o resultado final do projeto, para o qual escalou também nomes como Edson Celulari e Fernanda Rodrigues. "Hoje estou muito feliz, com a consciência de dever cumprido, entregando para o público o que é o melhor filme que a gente poderia ter feito."

Quem também está feliz com o resultado é Celulari. "Me pareceu um filme mais profundo que o Nosso Lar 1", avalia. Ele interpreta o líder do grupo de anjos mensageiros, Aniceto, e afirma que esse foi um personagem difícil de interpretar. "Eu me dediquei muito mesmo, porque como é que se faz um homem que compreende tanto? Uma pessoa que tem esse poder de amar tão profundamente? De perdoar, a compaixão, a fé?"

Também no elenco da produção, Rafa Sieg interpreta Fernando, um empresário responsável por financiar um centro de caridade, mas que deixa isso de lado em vida. Ao Metrópoles, ele conta que vem de uma família espírita e que conhece a doutrina desde a infância.

"Eu estava falando sobre um tema que eu conhecia, que me interessava, que me afetava. E essa história fala sobre as falhas e eu acho que isso humaniza muito o próprio olhar sobre o espiritismo. No fim, eu me apaixonei pela possibilidade de contar uma história de algo que me tocava, que me afetava, que tinha a ver comigo também", compartilha o ator.

Fernanda Rodrigues aparece de outro lado, como uma mulher relacionada a umadas almas que tem se desviado de seus projetos de vida. Com cenas fortes no longa, ela conta que também se sentiu muito desafiada com esse trabalho.

"Em um primeiro momento, fiquei muito tensa, [pensando em] como eu ia conseguir colocar para fora uma personagem tão cheia de camadas e de menções, e vivendo momentos tão diferentes na vida e depois da vida. Mas acho que foi um processo muito intuitivo", explicou a atriz.

Cinema brasileiro de volta às telas

Com títulos sendo retirados das gavetas desde o último ano, o cinema brasileiro tem mostrado que não parou de produzir e chegou a ter filmes entre os mais vistos do país no começo deste ano. Agora, Nosso Lar 2 chega com possibilidade de manter os números de boa audiência. A equipe acredita no potencial, mas sabe que não há garantias.

"O Wagner fala muito bem isso: o público escolhe o filme e o filme escolhe o público. Mas acho que o filme tem sim uma oportunidade de oferecer um conteúdo único, que é essa questão da reflexão sobre esses valores todos que a gente está falando. E acho que o público está carente disso também", pontua Edson Celulari.

Ele disse ainda que acredita que é necessário levar "boas histórias, conteúdos com muita qualidade" para as telonas, porque é isso que o público busca. "É um conteúdo de qualidade que a gente oferece. Estou esperançoso."

Texto: Beatriz Queiroz

Foto: Divulgação