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PF prende "barões do vinho" que faturaram R$ 62 mi com bebidas ilegais

Criminosos presos pela PF traziam destilados e vinhos ilegalmente de países como Argentina e Uruguai

Por Mirelle Pinheiro, Carlos Carone em 30/11/2023 às 21:58:07

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (30/11), a Operação Afluência para reprimir organização criminosa dedicada ao descaminho de bebidas alcoólicas de origem estrangeira que ingressam ilegalmente no Brasil, como vinhos e destilados, e crimes como lavagem de capitais, evasão de divisas e falsidade documental.


A investigação indica que o grupo criminoso age de forma estruturada ao menos desde janeiro de 2019, tendo movimentado mais de R$ 62 milhões com a venda das bebidas ilegais.


Para desarticular o grupo, são executados 50 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, 22 medidas cautelares substitutivas de prisão, além de decretos judiciais de arresto/sequestro de 133 veículos e 30 imóveis (bens avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões) e bloqueio de valores depositados em contas dos investigados e de empresas.


A deflagração da Operação Afluência ocorre nos municípios gaúchos de Venâncio Aires, Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Aceguá, Bagé, Jaguarão, Pelotas, Morro Redondo, nas cidades paulistas de São Paulo e Tarumã, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e em Belo Horizonte, em Minas Gerais.


A ação tem apoio dos seguintes órgãos: Ministério Público Federal (MPF), Polícia Civil, Receita Federal do Brasil, Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários.


Destilados e vinhos


Conforme apurado, o núcleo central da organização criminosa encontra-se estabelecido na região do Vale do Taquari, possuindo como principal atividade ilícita o descaminho de bebidas destiladas e vinhos, introduzidos ilegalmente em território nacional por meio das fronteiras com a Argentina (vinhos) e Uruguai (destilados).


O grupo criminoso contava com a participação de fornecedores e intermediários para aquisição dos produtos diretamente com os proprietários de free shops uruguaios ou das lojas de vinhos argentinas. O pagamento era realizado em dinheiro ou mediante utilização de "doleiros".


Após ingressarem em território nacional, as bebidas eram transportadas aos depósitos do grupo criminoso e posteriormente remetidas a grandes atacados estabelecidos nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.


As cargas de bebidas eram transportadas em veículos próprios da organização, especialmente carretas e caminhões, acondicionadas sob outros produtos, como grãos e frutas. Outra forma de envio das mercadorias ocorria por meio de empresas transportadoras com utilização de notas fiscais ideologicamente falsas, emitidas por empresa ligadas ao grupo, para acobertar a carga de bebida remetida.


Para receber os valores pela venda das mercadorias, a organização criminosa valia-se de contas tituladas por dezenas de pessoas físicas e jurídicas ("laranjas"), como concessionárias e locadoras de veículos, construtoras, postos de combustíveis e do ramo de cigarros. Os proprietários dessas empresas, "misturavam" os recursos ilícitos, mesclando-os com recursos de origem legítima de suas empresas.


Afluência


O nome da operação refere ao estado de quem expressa riqueza (sinais de riqueza


Também está relacionado ao excesso de movimentação de pessoas ou de coisas que se direcionam para o mesmo local, no caso, a utilização de contas bancárias de terceiros e outorga de procurações, "movimentos" que convergem para uma mesma pessoa (alvo principal). Assim, tem-se a "Afluência" de capitais.



Texto: Mirelle Pinheiro, Carlos Carone

Foto: PF/Divulgação



Fonte: Metrópoles

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