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Cid movimentou R$ 3,2 mi em 7 meses; operação é incompatível com patrimônio, diz Coaf

Relatório do Coaf aponta transações bancárias de Mauro Cid que seriam atípicas e incompatíveis com o patrimônio do tenente-coronel

Por Mateus Salomão, Sandy Mendes, Rebeca Borges em 27/07/2023 às 17:44:11

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta uma movimentação "atípica" e "incompatível" nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid.


De acordo com o Coaf, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses. As transações bancárias ocorreram de 26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023.


As informações foram publicadas pelo jornal O Globo e confirmadas pelo Metrópoles.


O tenente-coronel teria realizado operações que somaram R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos. No entanto, a remuneração mensal do militar era de R$ 26.239.


O documento foi enviado à CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.


No relatório, o Coaf considerou que há indícios de "movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente".


A defesa de Cid, por sua vez, afirma que todas as movimentações do tenente-coronel, inclusive as que se referem a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal.


O relatório destaca ainda o envio de remessas que somam R$ 367.374, em 12 de janeiro de 2023, aos Estados Unidos. Na data, Cid e Bolsonaro se encontraram no país da América do Norte.


"Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se indícios do crime de lavagem de dinheiro ou com ele relacionar-se", diz trecho do relatório.


Outro trecho do documento destaca quatro pessoas que fizeram transações para Cid. Haveria entre elas um "caixeiro viajante", um "ourives", um tio de sua esposa e o sargento Luis Marcos dos Reis, subordinado de Cid na Presidência.


Investigações contra Cid


Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio no âmbito da Operação Venire, que apura esquema de fraudes em cartões de vacinação.


A PF investiga se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.


Além disso, o tenente-coronel é considerado uma das peças-chaves para as investigações sobre os ataques ocorridos no dia 8 de janeiro, uma vez que foram encontradas mensagens de teor golpista no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.



Texto: Mateus Salomão, Sandy Mendes, Rebeca Borges

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles



Fonte: Metrópoles

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