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Estado de Emergência Eleitoral é o penúltimo lance de Bolsonaro

O último? Imagine qual será...

Por Ricardo Noblat em 12/07/2022 às 17:30:48

Se o Brasil estarĂĄ sob Estado de EmergĂȘncia tão logo a Câmara aprove a PEC Kamikaze, ou da Pedalada Fiscal, ou das Bondades de Bolsonaro, ou do Desespero, ou do Estelionato Eleitoral, ou do Medo do Lula, por que a injeção de grana direto na veia dos mais pobres cessarĂĄ no final de dezembro?


O Estado de EmergĂȘncia é algo muito sério. É por isso que os governos sozinhos não podem decretĂĄ-lo, só com a anuĂȘncia do Congresso. O pior da pandemia jĂĄ passou. O próprio governo comemora a recuperação da economia, a diminuição da taxa de desemprego, e uma deflação anunciada para os próximos meses.


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Essas coisas não combinam com Estado de Sítio, Estado de Calamidade Pública ou Estado de EmergĂȘncia como querem. A não ser que se trate de Estado de EmergĂȘncia Eleitoral (EEE), quando um governante se vĂȘ ameaçado de não renovar seu mandato. Então, ele manda às favas todas as leis para comprar sua eleição.


É o que faz Bolsonaro à vista de todos e com a cumplicidade de todos, inclusive dos que querem vĂȘ-lo pelas costas o mais rĂĄpido possível. Lula diz que os contemplados pela graça de Bolsonaro devem aceitĂĄ-la e depois dar uma banana para ele. Não denuncia que estĂĄ vindo mais um estelionato eleitoral por aí.


Antigamente, o estelionato se dava após as eleições, quando o eleito que prometera fazer isso e não aquilo, acabava fazendo aquilo. Em 1998, para se reeleger, Fernando Henrique prometeu que não desvalorizaria o Real, mas o fez. Dilma Rousseff, reeleita, promoveu um duro ajuste fiscal que negara que faria.


Em 2018, Bolsonaro venceu garantindo que acabaria com a corrupção e que nem em sonhos se juntaria ao Centrão. Juntou-se no segundo ano do seu governo. Livrou-se do ex-juiz Sérgio Moro, que acreditou em seu discurso anticorrupção. A roubalheira contaminou parte expressiva do seu governo, além dos seus filhos.


Antes de acontecer, as eleições deste ano jĂĄ chegaram ao fim mesmo faltando 82 dias para o primeiro turno. Restam no picadeiro Lula e Bolsonaro, empenhados em chamar a atenção do distinto público. No desespero para não sair de cena, a PEC de múltiplos nomes serĂĄ o penúltimo número de Bolsonaro.


Se não render o que ele espera, Bolsonaro tentarĂĄ apagar as luzes.



Texto: Ricardo Noblat
Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Fonte: Metrópoles

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