Educadores e moradores da comunidade TrĂȘs Unidos, localizada no rio Cueiras, afirmam que a Lei nÂș 2.781/2021 é um marco histórico para os povos indĂgenas de Manaus. A legislação foi sancionada pelo prefeito David Almeida, na Ășltima quinta-feira, 16/9 e trata sobre a criação da categoria das escolas municipais indĂgenas, que visa dar mais qualidade ao ensino dos 117 alunos das quatro unidades e dos 480 estudantes que fazem parte dos 22 Espaços de Estudos da LĂngua Materna de Conhecimentos Tradicionais, administrados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).
As unidades de ensino, localizadas nos rios Negro e Cueiras, assim como os espaços de estudos, foram instituĂdas pelo Decreto n° 1.394, de 29 de novembro de 2011. De acordo com Giovanna de Oliveira, responsĂĄvel pela GerĂȘncia de Educação Escolar IndĂgena (GEEI) da Semed, desde 2014 a categoria lutava pela assinatura da lei.
"PrecisĂĄvamos de uma lei para fortalecer as polĂticas pĂșblicas para a educação escolar indĂgena em Manaus, e o prefeito David e o secretĂĄrio Pauderney tiveram essa sensibilidade. Hoje estamos com essa lei assinada, um avanço, um grande ganho para os povos indĂgenas e comunidades indĂgenas que a Semed atende, por meio da GEEI", disse Giovanna.
Para Raimundo Cruz da Silva, da etnia kambeba, gestor da escola municipal indĂgena Kanata T-ykua, localizada na comunidade TrĂȘs Unidos, no rio Cueiras, que atende 21 alunos da educação infantil e do 1Âș ao 5Âș ano do ensino fundamental, a lei é um reconhecimento dos professores e escolas indĂgenas
"Essa lei veio respeitar, valorizar o nosso trabalho e fazer com que as unidades de ensino indĂgenas sejam reconhecidas com o seu modo de fazer e de se organizar pedagogicamente. De hoje em diante as escolas indĂgenas serão escolas de verdade", pontuou o diretor.
Agradecimentos
Waldemar da Silva, da etnia tikuna, é o tuxaua da comunidade indĂgena TrĂȘs Unidos, com total 32 famĂlias, tendo aproximadamente 112 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, da etnia kambeba. Para ele, a lei ampara ainda os costumes, crenças e a cultura dos povos indĂgenas.
"Com a lei aprovada nós vamos manter a nossa lĂngua, resgatar nossas danças e costumes, fazer aquilo que é melhor e que estava faltando. Quero agradecer a oportunidade, principalmente, ao prefeito David, que teve essa visão junto com o secretĂĄrio Pauderney, de aprovar essa vontade dos povos indĂgenas e colocar a lei para amparar todos os nossos direitos, de tudo aquilo que pensĂĄvamos hĂĄ muito tempo", disse o Tuxaua.
Os netos e bisnetos de Diamantina da Cruz, moradora da comunidade TrĂȘs Unidos, estudam na escola Kanata, ela conta que estĂĄ muito feliz com essa iniciativa da Prefeitura de Manaus.
"Achei muito importante e não é de hoje que lutamos pela nossa escola indĂgena, por isso estou muito feliz com essa lei, que ampara esses esforços. Sou grata ao prefeito David, que olhou por nós e nossas crianças", afirmou Diamantina.
Texto - Lorenna Serrão / Semcom
Fotos - João Viana / Semcom
Fonte: Semcom