Segundo o advogado de defesa do PM, Jeffrey Chiquini, o soldado foi acionado após o assalto de um comércio em Mandirituba, região metropolitana de Curitiba.
"Na ocasião, os dois suspeitos estavam armados, entram em um comércio e deram voz de assalto. Um dos criminosos estava sem capacete, o que facilitou o reconhecimento por parte das vítimas. Eles estavam com uma moto sem placa e, depois de roubarem dinheiro, fugiram", explicou Chiquini.
O soldado, que estava em patrulhamento e é conhecido na região, foi abordado pelas vítimas. "Pediram a ajuda dele. Ele foi atrás dos criminosos e os alcançou. A moto vinha sentido contrário a viatura, quando o policial saiu do carro e tentou a abordagem. Um dos suspeitos, que estava na garupa, apontou a arma em direção ao soldado. Fabrício, então, cauteloso, utilizando da arma dele para se defender, atira duas vezes contra os suspeitos", descreveu o advogado.
Os tiros atingiram os dois suspeitos, mas eles continuaram a fuga. Ainda segundo o advogado, o policial continuou a perseguição. "Alguns metros depois, eles bateram a moto contra um barranco e morreram. As vítimas foram até o local e reconheceram os criminosos e as armas. O dinheiro também foi recuperado", disse Chiquini.
Entretanto, em razão dos disparos, em 2018, Fabrício foi indiciado pela prática de dois homicídios qualificados pela impossibilidade de resistência da vítima.
Na denúncia, o Ministério Público descreve que o soldado atingiu as vítimas pelas costas. "Agindo de forma livre, consciente e voluntária, com inequívoca intenção de matar, agindo por mediante recurso que dificultou a defesa da vítima(Â…). Assim agindo, os denunciados Fabrício Marques Bueno praticou as condutas típicas descritas no artigo 121, inciso IV, do Código Penal, razão pela qual se oferece a presente denúncia, esperando o Parquet seja esta recebida, registrada e autuada, " citando-se os denunciados da ação penal contra eles proposta, e prosseguindo o feito segundo o rito estabelecido no_Código de.Processo Penal para os delitos cuja competência é afeta ao Egrégio Tribunal do Júri (Código de Processo, Penal,? artigos 396/404 e. 496/497), culminando-se com a pronúncia dos denunciados", descreveu o promotor no pedido.
O advogado informou que sete testemunhas de acusação e sete em defesa de Fabrício serão ouvidas na audiência. "Dentre as testemunhas de defesa, estão vítimas dos suspeitos por outros roubos na região. Além disso, a dupla tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Acreditamos que a justiça será feita", completou Chiquini.