Pazuello: O que o Ministério da Saúde tem a ver com produção e logística de oxigênio?

Criticado por não conseguir evitar o colapso do sistema de saúde de Manaus, o ministro Eduardo Pazuello minimizou hoje a responsabilidade do governo federal em garantir o pleno fornecimento de oxigênio voltado para pacientes com covid-19, problema que se agravou na capital do Amazonas com o surgimento da nova variante do vírus.

“O que o Ministério da Saúde tem a ver com produção, o transporte e a logística de oxigênio?”, questionou o ministro, em entrevista a jornalistas. Ele ponderou que o órgão federal é o “cliente”, é quem garante a compra desse insumo de saúde, repassando a verba para as secretarias estaduais e municipais. “Não é nossa obrigação, mas ajudamos”, completou.

A entrevista coletiva convocada para tratar do balanço de ações de enfrentamento da pandemia alimentou rumores, que vinham desde o fim de semana, sobre a saída de Pazuello do ministério. A pressão partiu principalmente de lideranças do Congresso.

Pazuello confirmou que esteve, ontem, em reunião do presidente Jair Bolsonaro com a cardiologista Ludhmila Hajjar, que era cotada para ser a nova ocupante do cargo.

Em sinal de alinhamento com Bolsonaro, o ministro da Saúde defendeu a possibilidade de prescrição de remédios para tratamento, mesmo sem comprovação científica, com o consentimento do paciente. “Sabemos que não temos medicamentos com bula específica para combater a covid-19. Ainda não temos, mas todos os médicos têm autorização para utilizar off-label, fora da bula”, disse.

Mesmo abrindo a possibilidade de adotar tratamento alternativos contra a covid-19, Pazuello colocou a vacina como a “estratégia transversal”, que deve ser adotada em paralelo a outras frentes. “Vamos vacinar até o meio do ano, os grupos prioritários, uma boa parte da população. Chegaremos à metade de toda a população vacinável [acima de 18 anos]. Até o final de 2021, estaremos com toda a população vacinável”, disse.