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AstraZeneca pode enviar à UE menos de 50% de doses estimadas até junho

Por Raimundo Bezerra em 13/03/2021 às 10:55:16


A farmacêutica britânica-sueca entregará cerca de 76 milhões de um total de 180 milhões de doses planejadas A AstraZeneca fornecerá menos da metade do número planejado de vacinas contra a covid-19 para a União Europeia no segundo trimestre, já que os esforços da empresa para remediar uma série de problemas resultaram em mais complicações.

A farmacêutica britânica-sueca entregará cerca de 76 milhões de um total de 180 milhões de doses planejadas, segundo dados baseados em projeções de entrega para um Estado membro, vistos pela Bloomberg. Os dados nacionais foram ampliados para o nível da UE com base na metodologia da Comissão Europeia para a distribuição de vacinas.

A Astra alertou sobre um déficit no mês passado, após enfrentar problemas de rendimento da vacina em unidades de produção da UE, mas havia dito que tentaria compensar a perda com o envio de algumas doses de outros lugares, como fábricas nos Estados Unidos.

Esses esforços não funcionaram diante do crescente protecionismo dos países, segundo uma pessoa a par da situação que não quis ser identificada. Um porta-voz da AstraZeneca não quis comentar, e um porta-voz da Comissão Europeia não respondeu a um pedido de comentário.

“Identificamos 75 milhões de doses para o segundo trimestre que deveriam vir do Reino Unido, dos Estados Unidos e, em certa medida, da Índia”, disse o coordenador de vacinas da Suécia, Richard Bergstrom, em entrevista à TV4. “Agora, acabamos de saber que a empresa não poderá receber essas doses, pois há proibições de exportação dos EUA e da Índia, e obstáculos contratuais para o envio de doses do Reino Unido.”

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, disse que o governo em Berlim “trabalha todos os dias” para ajudar a aumentar a produção de vacinas na Europa e na Alemanha. Isso inclui a vacina da AstraZeneca, bem como a vacina da Johnson & Johnson aprovada na quinta-feira (11), disse à emissora ARD.

Suspensão do uso da vacina

Os problemas da farmacêutica britânica-sueca se agravaram na quinta-feira, quando Dinamarca, Itália e Noruega se juntaram a uma lista crescente de países europeus que suspenderam o uso de algumas ou todas as vacinas contra a covid-19 da empresa devido a preocupações de que poderia causar coágulos sanguíneos.

A UE espera receber quase 400 milhões de doses de vacinas, no total, no segundo trimestre, com o maior número da Pfizer e BioNTech. Outros 640 milhões de doses estão programadas para o terceiro trimestre. A Comissão se comprometeu a imunizar 70% dos adultos até o fim de setembro.

A AstraZeneca enfrenta avaliações negativas de sua vacina depois que, no último fim de semana, a Áustria suspendeu o uso de um lote de vacinas após relatos de uma morte e complicações entre os receptores. Estônia, Lituânia, Luxemburgo e Letônia suspenderam o uso de vacinas do lote, segundo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

A reguladora de medicamentos da UE disse que os benefícios da vacina da AstraZeneca ainda superam os riscos e atualmente não há indicação de que o imunizante tenha causado os problemas de saúde. A EMA investiga as preocupações levantadas por autoridades nacionais.

Em reunião de embaixadores da UE na quarta-feira (10), autoridades da UE disseram aos diplomatas que a farmacêutica continua a ser uma questão “problemática”. Também receberam a informação de que a Johnson & Johnson ainda não divulgou um cronograma de entrega de sua vacina. (Com a colaboração de Nikos Chrysoloras, Ian Wishart, Zoe Schneeweiss, Alberto Nardelli, Richard Bravo e Niclas Rolander)

Fonte: VALOR ECONOMICO

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