amazon 1

Juros curtos caem após IPCA-15; dólar opera em alta com exterior e fiscal no radar

Por Raimundo Bezerra em 22/12/2020 às 10:00:49


Cautela no câmbio e na renda fixa que predomina no exterior tem influência sobre os ativos brasileiros Os números abaixo do esperado do IPCA-15 de dezembro deram alívio ao mercado de juros e fizeram com que as taxas se ajustassem em queda, mais concentrada nos vértices curtos e intermediários da curva a termo. Na ponta longa, porém, as taxas operam perto da estabilidade, ao mesmo tempo em que o dólar exibe alta firme. A cautela no câmbio e na renda fixa que predomina no exterior tem influência sobre os ativos brasileiros, assim como dúvidas sobre a trajetória fiscal brasileira, que se mantêm no radar dos agentes.

Por volta de 9h30, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 caía de 2,97% no ajuste anterior para 2,92%; a do DI para janeiro de 2023 recuava de 4,42% para 4,33%; a do contrato para janeiro de 2025 passava de 5,92% para 5,90%; e a do DI para janeiro de 2027 se mantinha inalterada em 6,69%. No mesmo horário, o dólar era negociado a R$ 5,1344 no mercado à vista, em alta de 0,24%.

O desempenho do câmbio não foge à regra de outras moedas de mercados emergentes nesta terça-feira. No horário acima, o dólar não exibia um comportamento único ao subir 0,63% contra o peso mexicano, saltar 1,39% ante o rublo russo, cair 0,47% em relação à lira turca, e recuar 0,21% na comparação com a rupia indiana.

Chris Ratcliffe/Bloomberg

O que ajuda a sustentar o dólar em alta neste início de pregão contra o real é a cautela dos agentes com a trajetória fiscal brasileira, à medida que o mercado aguarda a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que aumenta o repasse de alguns tributos da União aos municípios e que pode ter impacto relevante nas contas públicas. Diante da falta de articulação do governo para impedir a votação, os agentes mantêm a desconfiança quanto à situação fiscal.

Na parte curta da curva de juros, porém, quem domina as atenções é o IPCA-15, que acelerou para 1,06% em dezembro, mas ficou abaixo do consenso do mercado (+1,14%). A média dos núcleos, por sua vez, desacelerou de 0,51% em novembro para 0,37% no IPCA-15 de dezembro, o que dá conforto ao mercado para retirar prêmios de risco da parte curta e intermediária da inflação, tendo em vista que a taxa do DI para janeiro de 2023 recua quase 10 pontos-base.

Fonte: VALOR ECONOMICO

Tags:   Valor
Comunicar erro
AMAZON 2

Comentários

AMAZON 3