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Aras diz que os "mil terabytes" de dados da Lava-Jato de Curitiba poderão ser consultados



Informação inicial era que os dados fariam parte de um procedimento interno para verificar se houve irregularidade na atuação do grupo comandado por Deltan Dallagnol

Denio Simoes/Valor/Arquivo

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta terça-feira que os "mil terabytes" de dados da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba já estão em Brasília e em breve poderão ser consultados pelos demais membros do Ministério Público Federal (MPF).

"A Corregedoria requisitou o compartilhamento e foi feito com todas as cautelas devidas em ambiente criptografado; e os mil terabytes de Curitiba já se encontram aqui custodiados no órgão máster, guardados à disposição da corregedoria", disse em conversa com jornalistas.

Segundo Aras, a ideia é, no futuro, elaborar um sistema para compartilhar as informações com outros procuradores, seguindo o modelo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), para que "todo membro possa ter acesso, mas com rigoroso controle".

A informação inicial da Corregedoria-Geral, no entanto, era que os dados não ficariam à disposição de Aras e fariam parte de um procedimento interno, aberto para verificar se houve irregularidade na atuação do grupo que era comandado pelo procurador Deltan Dallagnol.

Durante todo o ano, a cúpula da PGR tentou ter acesso a esses dados. Após fazer uma requisição direta aos procuradores do Paraná, chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para obter a cópia, mas nos dois casos não obteve sucesso.

Aras também rebateu as críticas que trabalha para acabar com a Lava-Jato. Segundo ele, a PGR apenas "institucionalizou" o trabalho das forças-tarefas através dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos).

"Os Gaecos apenas institucionalizam as forças-tarefas. Vocês já se perguntaram o que é uma força-tarefa? Qual o grau de institucionalidade de uma força-tarefa? Quem paga a conta da força-tarefa? Quais os controles que têm na força-tarefa? Qual o objetivo da força-tarefa? A força-tarefa pode durar seis anos, ou a força-tarefa pode se eternizar no tempo se ela tem natureza precária, temporária, provisória? Então o que nós estamos fazendo é dar institucionalidade ao trabalho das forças-tarefa", disse Aras.

Na semana passada, prorrogou atuação das forças-tarefas da Lava-Jato no Paraná até outubro de 2021 e do Rio até 31 de janeiro.

Em Curitiba, Aras disse que a questão já está "equacionada" e que o a força-tarefa vai começar a atuar em conjunto com o Gaeco. "Curitiba não há queixa nenhuma, está totalmente equacionada. Minas Gerais do mesmo jeito: todos os Gaecos já instalados, estão funcionando adequadamente, devidamente, sem queixa", disse.

Ele, no entanto, admitiu que há problemas no Rio, onde a estrutura do Gaeco ainda não está formalizada. "A queixa do Rio de Janeiro é pelo prazo de 31 de janeiro, mas acontece que uma vez institucionalizada o Gaeco do Rio vai continuar o procurador Eduardo El-Hage como procurador natural, vão continuar todos os membros que o auxiliam no Gaeco. Só que nós vamos ter a institucionalidade", defendeu.

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