Bolsas da Europa recuam, mesmo com notícias positivas sobre a vacina Astra-Oxford

O índice Stoxx 600 Europe encerrou o dia em leve queda de 0,20%, em Londres, o FTSE 100 foi pressionado pela alta da libra e recuou 0,28% e, em Frankfurt, o DAX cedeu 0,08% Os principais índices europeus encerraram a segunda-feira (23) próximos da estabilidade, com viés negativo, mesmo com as boas notícias relacionadas ao desenvolvimento de vacinas contra a covid-19.

O índice Stoxx 600 Europe encerrou o dia em leve queda de 0,20%, aos 388,84 pontos. Em Londres, o FTSE 100 foi pressionado pela alta da libra e recuou 0,28%, a 6.333,84 pontos. Em Frankfurt, o DAX cedeu 0,08%, a 13.126,97 pontos e, em Paris, o CAC 40 registrou leve perda de 0,07%, aos 5.492,15 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,02% e, em Madri, o IBEX 35 subiu 0,04%.

A expectativa dos investidores é que a chegada das vacinas já no próximo mês comece a reverter os efeitos econômicos negativos da segunda onda do novo coronavírus. Hoje, a Universidade de Oxford e a AstraZeneca comunicaram que sua vacina chegou a até 90% de eficácia na prevenção de infecções e não apresentou efeitos colaterais graves em um grande teste.

A injeção foi criada a partir de uma metodologia de vacina mais tradicional do que a tecnologia baseada em genes, utilizada pela Moderna e Pfizer. A vacina da AstraZeneca não precisa ser armazenada em temperaturas abaixo de zero, tornando sua logística de distribuição mais fácil, segundo especialistas.

"Esta é a terceira segunda-feira consecutiva em que notícias encorajadoras sobre vacinas chegam aos mercados, e, a cada vez, o impacto positivo sobre as ações e outros ativos vinculados ao risco está diminuindo", disse Marios Hadjikyriacos, analista de investimentos da XM. "Uma vacina é uma ótima notícia, mas a economia global precisa primeiro passar por um longo inverno."

A pandemia de covid-19 nos Estados Unidos segue despertando cautela nos agentes. O país relatou 142.732 novos casos de coronavírus no domingo e registrou um número recorde de hospitalizações pelo 13º dia consecutivo. A contagem de casos relatados é geralmente mais baixa no fim de semana, e a média móvel de sete dias do país continua a subir.

Na Europa, há sinais de progresso. "Os casos na França caindo tão rapidamente que um anúncio do presidente Macron do início de uma flexibilização de três fases é esperado amanhã", afirmou o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson.

Os casos estão caindo rapidamente na Espanha também, mas apenas começaram a cair na Itália e a tendência na Alemanha ainda é estável, segundo o economista.

Os reflexos da segunda onda da covid-19 na Europa puderam ser observados nos índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) preliminares da região.

O PMI composto, que inclui os resultados de indústria e serviços, caiu de 50,0, em outubro, para 45,1 pontos neste mês, pior do que a expectativa de 47,1 de economistas consultados pelo "Wall Street Journal".

O PMI de serviços caiu para 41,3 pontos em novembro, de 46,9 em outubro, também pior do que a expectativa de 42,4, de acordo com os dados preliminares. Já o PMI industrial caiu menos, de 54,8 em outubro para 53,6 em novembro, ficando um pouco acima da expectativa de 53,1 de economistas consultados pela pesquisa do "Wall Street Journal".

Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade, enquanto acima de 50 apontam expansão.

No noticiário corporativo, os destaques entre as ações foram as empresas de viagens, incluindo o International Airlines Group (IAG), que subiu 5,48%, e produtores de petróleo como a Repsol, que avançou 7,85%.

23/11/2020 14:03:19