As investigações tiveram como foco um grupo criminoso, parte dele composto por pessoas de origem indiana, voltado a realizar importação irregular de cabelos humanos. As mercadorias, segundo as investigações, quando não eram subfaturadas por meio de processos de importação realizadas por empresas brasileiras, eram irregularmente internalizadas por meio da fronteira com o Paraguai.
Segundo a PF, a entrada dos cabelos no país acontecia por meio da supressão parcial ou total de tributos que incidiam na operação de importação (crime de descaminho).
As pessoas interessadas em adquirir essas mercadorias (clientes brasileiros que trabalham com o comércio de cabelos humanos) realizavam os pagamentos por meio de contas bancĂĄrias tituladas pelo grupo criminoso.
Por sua vez, para que o grupo conseguisse realizar o pagamento de seus fornecedores estabelecidos no estrangeiro, os reais recebidos no Brasil eram então convertidos em dólares. A conversão em moeda estrangeira ocorria com a remessa física de reais em espécie para o Paraguai ou por meio de contato com algum operador financeiro, que disponibilizava o contravalor via sistema internacional de compensação paralelo, sem registro nos órgãos oficiais, conhecido por dólar-cabo.
Considerando que alguns investigados possuem nacionalidade indiana e que as atividades comerciais que eles desenvolveram estão relacionadas ao comércio de cabelos humanos, o nome da operação faz referência a uma das traduções da palavra "cabelos" para o idioma Híndi, que é "Baalon".
Publicado primeiro em Banda B » Receita e PF deflagram operação de combate à importação irregular de cabelos da Índia