Presidente esteve no Maranhão cumprindo agenda de "entregas do governo federal", mas, segundo o governador Flávio Dino (PCdoB), não convidou nenhuma autoridade do Estado Com gritos de "Fora Flávio Dino" ao fundo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e alguns de seus ministros participaram, em Imperatriz, no Maranhão, de "cerimônia de entregas do governo federal para o Estado", sendo desta maneira especificado o evento na agenda oficial da Presidência. Ao discursar, por breves minutos e com palavras soltas, sem consonância direta com a cerimônia, Bolsonaro afirmou que o comunismo será erradicado do país. O regime político nunca foi implantado no Brasil. "Nós vamos, num curto espaço de tempo, mandar embora o comunismo no Brasil. Nós não aceitamos esse regime ditatorial, onde o povo não tem vez. Nós somos a liberdade. Nós somos aqueles que não têm medo da verdade. Junto com vocês, nós construiremos um novo Brasil", disse o presidente.Em Imperatriz, segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, a disputa eleitoral está acirrada. O candidato do PCdoB, Marco Aurélio, disputa uma vaga no segundo turno ao lado dos candidatos do PP, Ildon Rocha, e do atual prefeito, candidato à reeleição pelo DEM, Assis Ramos. Os institutos de pesquisa locais mostram percentuais conflitantes das intenções de votos, mas o candidato do PSDB, Sebastião Madeira, apoiado por Bolsonaro, está em quarto lugar em mais de uma sondagem divulgada no Estado.Sem limite de legalidadeO governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, afirmou que seu partido vai "processar" Bolsonaro. "Ele não tem nenhum limite de legalidade. Se acostumou e acha que é inimputável. O que ele fez aqui no Maranhão se chama propaganda política. Na jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral se chama propaganda eleitoral negativa, que é falar mal de uma outra corrente política", explicou Dino, que é ex-juiz federal e ex-professor de direito.Segundo o governador, o cerimonial do Palácio do Planalto não convidou nenhuma autoridade do Estado para os eventos, tendo enviado apenas um pedido formal para que o governo estadual providenciasse um esquema de segurança. "Imagina se eu falasse em algum evento oficial aqui: não vamos votar em candidatos bolsonaristas. Eu posso fazer isso? Ele mistura as coisas. Não tem limite de legalidade", criticou Dino.Para o governador, Bolsonaro está inventando agendas artificiais em várias regiões para fazer propaganda política. "Ele não tinha agenda nenhuma aqui no Estado, Veio aqui inaugurar 5 km de asfalto. Nada. Veio fazer campanha eleitoral, só isso. Juridicamente o PCdoB vai representar contra ele em todos ministérios públicos que existem, eleitoral e federal", disse.Bolsonaro aproveitou a ocasião para elogiar alguns de seus ministros, em especial Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Citou, por fim, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que é, hoje, responsável pela articulação política com o Congresso e enfrenta um fogo-amigo dentro do Planalto. O presidente disse que tem "os melhores ministros do país". "Tenho confiança nesses nomes", enfatizou. "Brevemente estaremos aqui para comemorar a erradicação do comunismo no Brasil", finalizou o presidente.
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