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Curva de juros ganha inclinação após Copom; dólar volta a tocar R$ 5,79

Por Raimundo Bezerra em 29/10/2020 às 10:20:41


Mercado digere tom mais ameno do que o esperado no comunicado do comitê O tom mais ameno do que o esperado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é digerido pelo mercado na manhã desta quinta-feira e impõe maior inclinação à curva de juros, com queda das taxas de curto prazo e alta firme nos trechos mais longos. O dólar também tem um dia de leve alta contra o real, em um movimento alinhado ao comportamento da moeda americana ante divisas de outros mercados emergentes, que deram prosseguimento à desvalorização de ontem.

Pixabay

Por volta de 9h40, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 recuava de 3,51% no ajuste anterior para 3,47%; a do DI para janeiro de 2023 caía de 5,03% para 5,01%; a do contrato para janeiro de 2025 subia de 6,70% para 6,74%; e a do DI para janeiro de 2027 avançava de 7,47% para 7,52%. No mesmo horário, o dólar era negociado a R$ 5,7703 (+0,18%) no mercado à vista, após atingir R$ 5,7910 na máxima do dia.

Embora os desafios do Brasil no campo fiscal continuem sobre à mesa e a inflação de curto prazo tenha chamado a atenção, o Copom manteve um tom mais ameno no comunicado de ontem, ao ainda deixar aberta uma porta para novas medidas de afrouxamento monetário, embora o sarrafo para que elas ocorram esteja em níveis bastante elevados. O mercado esperava que essa menção fosse retirada do comunicado e a manutenção desse trecho faz com que a curva ganhe inclinação: os investidores retiram prêmio da parte curta, após a avaliação do Copom, mas apostam na alta das taxas longas.

O contexto para essa maior inclinação da curva se dá, ainda, pelas pressões inflacionárias reforçadas pelo IGP-M de outubro, que veio acima das expectativas consensuais do mercado. Além disso, o mercado espera pelo leilão de títulos públicos do Tesouro Nacional. Com o vencimento de aproximadamente R$ 400 bilhões em compromissadas que não serão roladas pelo BC, em estratégia conjunta com o Tesouro, a expectativa é de que haja alguma migração para os títulos públicos, em especial as LFTs de prazo mais curto (para março de 2022).

No exterior, foi divulgado há pouco que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 33,1% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, acima do consenso do mercado (+32,0%). O resultado amenizou a alta do dólar ante o real e também em relação a outras moedas emergentes, que mais cedo eram ainda mais penalizadas. No horário acima, o dólar subia 0,36% ante o peso mexicano, avançava 0,36% em relação ao rand sul-africano, tinha alta de 0,47% na comparação com o rublo russo e saltava 0,52% contra a lira turca.

Fonte: VALOR ECONOMICO

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