Após meses em conflito, o governo de Israel e o grupo libanês Hezbollah chegaram a um acordo de cessar-fogo. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (26/11) pelo primeiro-ministro isralense, Benjamin Netanyahu, durante um discurso televisivo.
Segundo o premiê israelense, o acordo será apresentado ao seu gabinete para ser aprovado e entrar em vigor. A negociação, no entanto, será quebrada caso o Hezbollah viole a trégua.
Até o momento, o grupo libanês não se pronunciou oficialmente sobre o acordo. Negociações anteriores, no entanto, falavam em um trégua de 60 dias.
Durante o pronunciamento à nação israelense, Netanyahu afirmou que o cessar-fogo com o Hezbollah neste momento acontece porque Israel deve focar na "ameaça iraniana", na renovação de suas fileiras militares e no isolamento do Hamas.
Apesar de estarem envolvidos em combates desde o início da guerra na Faixa de Gaza, quando o Hezbollah iniciou ataques contra posições israelenses em apoio ao Hamas, a tensão entre os dois lados aumentou há cerca de dois meses.
Em setembro, um ataque surpresa israelense com pagers e walkie-talkies mirou integrantes do grupo no Líbano. A ação provocou uma escalada nos ataques do Hezbollah na região da fronteira.
Como resposta, o governo de Netanyahu iniciou uma "invasão limitada" no Líbano, em busca do grupo xiita.
As operações israelenses no país vizinho culminaram com a morte de importantes lideranças do grupo, como a do ex-secretário-geral do Hezbollah Hassan Nasrallah, que comandava a organização desde 1992.
Apesar do sucesso em atingir a alta cúpula do grupo, a ofensiva israelense também deixou um rastro de sangue no território libanês. Segundo o Ministério da Saúde do país, cerca de 3,8 mil pessoas morreram em decorrência dos ataques de Israel desde outubro de 2023.
Texto: Junio Silva
Foto: Bernd von Jutrczenka/picture alliance via Getty Images
Fonte: Metrópoles