O Rio Grande do Sul está novamente em alerta para o risco de inundação. Deste domingo (22/9) até a próxima quarta-feira (25/9), regiões do estado poderão ter acumulados de chuva de até 300 milímetros. Nos quatro dias, pode chover o correspondente ao volume somado de dois meses.
Os 300 mm correspondem à soma do que chove em junho e julho historicamente em Porto Alegre, que são dois dos três meses de maior precipitação na região. Diante da situação, a Defesa Civil do Estado emitiu um alerta.
A expectativa de volumes expressivos de chuva em poucos dias é ocasionada, segundo a Defesa Civil, pela chegada de uma frente fria que avança no Rio Grande do Sul a partir da noite deste domingo. O fenômeno chega associado a uma baixa pressão na Argentina.
A situação mais preocupante se refere às regiões da Campanha, Sul, Litoral Sul e Costa Doce. O alerta da Defesa Civil para as chuvas tem quatro graus: normal, atenção, alerta e severo. De maneira geral, quanto mais ao sul, maior a gravidade da situação.
Além da precipitação, os ventos são sinal de alerta, pois podem chegar a até 80 km/h. Os temporais também poderão vir acompanhados de descargas elétricas e granizo.
Quanto ao risco de inundação provocado pelas chuvas, há quatro níveis: normal, alerta, inundação e inundação severa. Metade do estado está na condição normal, mas a mais ao sul é classificada com risco de inundação e alerta.
Veja regiões onde há risco de inundação:
A elevação nos níveis dos mananciais alcança as bacias hidrográficas da metade sul, incluindo Butuí-Icamaquã, Ibicuí, Quaraí, Santa Maria, Negro, Vacacaí-Vacacaí Mirim, Baixo Jacuí, Camaquã, Mirim-São Gonçalo e Litoral Médio.
Inundações e mortes
A tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul do fim de abril a maio deste ano deixou mais de 150 mortos. Os municípios atingidos ultrapassaram o total de 460 no estado que tem 497 cidades.
No período, o Rio Grande do Sul viu várias localidades serem tomadas pelas águas. Além das vidas perdidas, mais de 2 milhões de pessoas foram atingidas de alguma forma, e o estado chegou a ter 77 mil pessoas vivendo em abrigos. O número de desalojados somou 400 mil pessoas.
A infraestrutura também foi severamente afetada, com cerca de 90 trechos com bloqueios totais e parciais em 50 rodovias, entre estradas, pontes e balsas danificados. Mais de 500 escolas foram danificadas.
Texto: Deivid Souza
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Fonte: Metrópoles