Cientistas descobriram que oxigênio está sendo produzido no fundo do oceano. Esse é um fenômeno misterioso, pois nas profundezas do mar não há possibilidade de fazer fotossíntese, devido à ausência de luz solar.
A primeira vez que o nomeado "oxigênio negro" foi encontrado no fundo do mar ocorreu em 2013. Na ocasião, o cientista oceânico Andrew Sweetman, abordo de um navio em uma parte mais remota do Oceano Pacífico, identidicou a presença do componente.
No momento, por ser algo tão exótico, ele achou que seu aparelho estava quebrado, pois os sensores mostravam que o oxigênio estava sendo produzido a 4 mil metros abaixo da superfície do mar. Porém, a leitura se repetiu em outras três expedições realizada na chamada Zona Clarion-Clipperton.
"Eu basicamente disse aos meus alunos: "coloquem os sensores de volta na caixa". Vamos enviá-los de volta ao fabricante e testá-los. E todas as vezes o fabricante respondia: "eles estão funcionando. Estão calibrados"", contou Sweetman em entrevista à CNN.
O curioso é que plantas, plânctons e algas que produzem oxigênio no mar, o fazem utilizando luz solar na superfície. Em estudos anteriores, era apontado que o componente utilizado por outras espécies, no fundo do mar, era o produzido na superfície e se deslocava às profundezas, ou seja, era só consumido e não produzido no fundo do mar.
O pesquisador Andrew Sweetman tem dedicado-se a entender como esse "oxigênio negro" é produzido. Ele publicou seu estudo nessa segunda-feira (22/7), na revista Nature Geoscience.
O artigo mostra que ainda há muito a ser descoberto sobre as profundezas do mar e destaca o que pode surgir de uma exploração do fundo do oceano, em termos de metais e minerais raros. O destaque é a descoberta de que há outra fonte de oxigênio no planeta sem ser por meio da fotossíntese e sobre como essa pode ser uma forma de descobrir a origem da vida.
Texto: Luana Viana
Foto: Getty Imagens
Fonte: Metrópoles