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TSE retira Forças Armadas e STF da fiscalização das urnas eletrônicas

Além das Forças Armadas, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixa lista de entidades fiscalizadoras depois da decisão unânime

Por Manoela Alcântara, Maria Eduarda Portela em 26/09/2023 às 21:15:35

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta terça-feira (26/9), por unanimidade, alteração na Resolução TSE nº 23.673/2021, que atualiza a lista de entidades legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral brasileiro.


Com as mudanças, o Supremo Tribunal Federal (STF) e as Forças Armadas deixaram de integrar o rol de instituições autorizadas a acompanhar as fases de auditoria das urnas e dos sistemas eleitorais.


Além dessa modificação, os ministros também incluíram o Teste de Integridade com Biometria na norma, que define as regras para a realização dos procedimentos de fiscalização do sistema eletrônico de votação. As mudanças passavam a valer a partir das eleições municipais de 2024.


A decisão que retira as Forças Armadas da lista de entidades fiscalizadoras das urnas eletrônicas acontece depois das eleições de 2022, quando os militares apresentaram um relatório sobre o sistema eleitoral.


O Ministério da Defesa apresentou dúvidas sobre a isenção das urnas, mas não informou nenhuma prova que pudesse comprovar uma possível fraude nas eleições de 2022. O relatório da Forças Armadas foi divulgado depois de pressão de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL) que tentaram deslegitimar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito presidencial.


Inclusive, durante o seu mandato, Bolsonaro chegou a se reunir com embaixadores no Palácio da Alvorada onde ele atacou o sistema eleitoral brasileiro e tentou descredibilizar as urnas eletrônicas.


Por causa desse encontro, Bolsonaro foi considerado inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.


As Forças Armadas foram incluídas como entidades fiscalizadoras do processo eleitoral em 2020, quando a ministra Rosa Weber, atual presidente do STF, comandava o TSE.


O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, foi o relator da instrução e destacou que a participação das Forças Armadas como entidade fiscalizadora não se mostrou necessária na fiscalização do sistema eleitoral.


"Os números das Eleições Gerais de 2022 demonstram a indispensável atuação das Forças Armadas junto à Justiça Eleitoral. No segundo turno das eleições, contamos com o apoio logístico em 119 localidades, além da sua atuação em 578 locais, garantindo a realização das eleições em todo território nacional", disse o ministro.


Mudanças


Confira a lista das entidades fiscalizadoras:


Partidos políticos, federações e coligações;


Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);


Ministério Público (MP);


Congresso Nacional;


Controladoria-Geral da União (CGU);


Polícia Federal (PF);


Sociedade Brasileira de Computação (SBC);


Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea);


Conselho Nacional de Justiça (CNJ);


Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP);


Tribunal de Contas da União (TCU);


Confederação Nacional da Indústria (CNI) e entidades corporativas do Sistema S;

Entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos


Departamentos de tecnologia da informação de universidades credenciadas junto ao TSE.


Até 2016, apenas o Ministério Público, os partidos políticos e a OAB integravam a lista de entidades fiscalizadoras. No entanto, uma resolução do ministro Gilmar Mendes, durante a presidência de Dias Toffoli no TSE, adicionou outros sete órgãos.


Foram incorporados à lista de entidades fiscalizadoras o Congresso Nacional, o STF, a CGU, a PF, a SBC, o Confea e os departamentos de tecnologias das universidades cadastradas.



Texto: Manoela Alcântara, Maria Eduarda Portela

Foto: Fábio Vieira/Metrópoles



Fonte: Metrópoles

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