Companhias e agências aéreas querem punir passageiros indisciplinados

A criação de uma lista para barrar passageiros considerados indisciplinados em voos comerciais é debatida entre técnicos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta é defendida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelas agências e companhias aéreas, mas enfrenta resistência da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

O secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, se encontrou com representantes da Anac nessa segunda-feira (10/7) para discutir o tratamento dado aos passageiros em voos comerciais.

Durante o encontro, autoridades da Anac apresentaram um aumento no número de "passageiros indisciplinados", que desrespeitam as regras ou normas de conduta em um aeroporto ou a bordo de uma aeronave. O intuito da agência é punir esse tipo de consumidor.

No entanto, a proposta de banir os passageiros indisciplinados é considerada irregular pela Senacon.

Encontro com a Anac

Wadih Damous também cobrou medidas da Anac junto às companhias aéreas para melhorar o serviço oferecido aos passageiros, principalmente para evitar brigas e discussões.

"As empresas prestam um péssimo serviço, as reclamações dos consumidores e consumidoras são inúmeras em todo o Brasil. Quero muito aprofundar esse diálogo com a Anac para nós tratarmos esse assunto da prestação de serviços pelas companhias", afirmou o secretário.

A Anac declarou que irá intensificar a fiscalização e adotar medidas para melhorar a prestação de serviços.

Passageiros indisciplinados

A criação da lista para punir passageiros que tiveram um mau comportamento é defendida pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que destaca o aumento de casos de indisciplinas por parte dos consumidores das companhias aéreas.

O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil determina que em casos de indisciplinas de passageiros a companhia aérea deve acionar a Polícia Federal. Além disso, o comandante da aeronave tem o aval para solicitar que o passageiro em questão desembarque no aeroporto mais próximo.

Texto: Maria Eduarda Portela

Foto: Imagem cedida ao Metrópoles