A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já autuou cerca de 2 mil motoristas até esta quarta-feira (2/11), somando R$ 18 milhões em multa, após bloqueios em rodovias federais e estaduais. Mesmo após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nessa terça-feira (1º/11), no qual ele contestou o "cerceamento do direito de ir e vir", os protestos se mantêm em ao menos 16 estados.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nessa terça, multa de R$ 100 mil e prisão em flagrante de manifestantes bolsonaristas que bloqueiam rodovias no país, porém o valor ainda não foi aplicado. Desde domingo (30/10), caminhoneiros ocupam as estradas em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
Os estados com maior número de ocorrências, de acordo com balanço desta quarta-feira (2/11), são Mato Grosso (30 interdições), Paraná (20 interdições) e Santa Catarina (15 interdições e 20 bloqueios), Pará (16 interdições), Rondônia (11 interdições) e Minas Gerais (7 interdições). No total, ainda são 156 pontos de bloqueio.
Apesar de não pedir textualmente o fim dos atos, o discurso de Bolsonaro nessa terça-feira — no qual o mandatário desaprovou as ações dos manifestantes — fez com que o movimento perdesse força no começo do Dia de Finados.
As infrações são registradas nas Carteiras Digitais de Trânsito (CDT) dos infratores e as multas variam de R$ 5 mil a R$ 17 mil. A autuação de menor valor implica ainda na suspensão do direito de dirigir por 12 anos e remoção do veículo. Já a com valor mais alto é aplicada aos organizadores do bloqueio.
Mato Grosso
Desde a noite de domingo (30/10) manifestantes bloqueiam o Trevo do Lagarto, em Várzea Grande (BR-070). A via é um importante trecho em que faz a ligação de duas rodovias, indo de Cuiabá a Santarém (oeste do Pará), e Rondônia.
Nesta quarta-feira (2/11), os manifestantes queimaram pneus e trancaram a via com carros e carretas. Eles carregam faixas pedindo intervenção federal, montaram acampamento e impedem o direito de ir e vir de civis.
Texto: Júlia Portela
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
Metrópoles