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Guedes: Governo quer pagar auxílio emergencial ainda em março, mas pode ficar para abril

Por Raimundo Bezerra em 12/03/2021 às 19:54:10


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira que o governo está trabalhando para começar a pagar o auxílio emergencial ainda em março, mas admitiu que possivelmente o benefício sairá só em abril.

Segundo ele, o Ministério da Cidadania está formulando o programa para que o benefício varie de R$ 150 a R$ 375, dependendo da composição familiar.

Guedes negou que o governo tenha feito "chantagem" ao negociar a renovação do auxílio emergencial com a exigência de contrapartidas fiscais. Segundo ele, sua Pasta não é contra o auxílio emergencial e o benefício só não saiu antes porque há um “timing” político para autorizar a despesa. “Não há disputa, ninguém está fazendo política subindo em cadáver”, ressaltou.

Segundo o ministro, o governo não tinha condições de continuar pagando um auxílio de R$ 600 porque não seria sustentável e iria “virar inflação”, o que prejudicaria os mais pobres. “[Com] R$ 600 por mais 2 anos, inflação vai a 5%, 6%, 7%”, frisou. Segundo ele, essa questão será tratada com outra família de programas, citando o Renda Brasil.

Sobre a PEC Emergencial, que abre caminho para a renovação do auxílio emergencial, o ministro destacou que não foi aprovado 100% do que ele queria, mas justificou esse fato lembrando que os Poderes são independentes e lembrando que uma certa desidratação é "natural" do processo político.

Ele destacou, porém, que na PEC Emergencial foi combinado o “protocolo fiscal com gastos”, sob a forma da inclusão de contrapartidas. “Se o mercado perceber que você está sendo inconsequente, na mesma hora inflação e juros sobem e o Brasil vai para estagflação de novo”, disse o ministro.

Já o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), que prevê a suspensão de contratos de trabalho e redução de salário, é outra iniciativa "que deu certo no ano passado" e será renovado, mas agora na forma de um "seguro-emprego". Pelo segundo dia, Guedes mencionou essa mudança, mas novamente forneceu poucos detalhes: “Vamos pagar R$ 500 para ele ficar protegido por 11 meses”. A ideia é dividir o custo da compensação financeira da perda de renda do trabalhador com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) por meio da antecipação do seguro-desemprego. “A cobertura é maior e é mais barato pra nós”, afirmou em live promovida pelo site Jota.

"Fronteira de investimentos"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o novo comando do Congresso Nacional, alinhado à centro-direita, pode destravar pautas com a capacidade de atrair investimentos. Ele citou os setores de ferrovias, navegação de cabotagem, concessões, e a privatização de Eletrobras e Correios.

“O Brasil vai ser a maior fronteira de investimentos em 2021. Ninguém vai oferecer tanta oportunidade de investimento”, frisou. Segundo ele, ao destravar os investimentos, é possível começar a pensar em retomada sustentável do crescimento.

Ele afirmou que o governo vai continuar retirando subsídios, isenções. Além disso, o ministro disse que deve ser feita a desestatização de Eletrobras, Correios, concessões; e prosseguir na desalavancagem dos bancos públicos.

Inflação

O ministro também comentou a escalada da inflação e disse ser preciso sinalizar que o aumento de preços é temporário. Essa sinalização, segundo ele, é feita com medidas como a autonomia do Banco Central (BC), aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, e com reformas.

“Precisamos sinalizar que aumento temporário de preços não vai virar aumento permanente e generalizado de preços.” Segundo o ministro, o aumento do preço de alimentos e material de construção é fruto, de um lado, da subida do dólar e da alta das commodities e, de outro lado, pelo auxílio emergencial que “foi potente e encheu os supermercados”.

Fonte: VALOR ECONOMICO

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