Prefeito de Belo Horizonte decreta quarentena a partir de sábado

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O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), determinou o fechamento do comércio considerado não essencial na capital mineira, a partir das 14h de sábado, como medida para tentar conter o avanço da pandemia de covid-19. A partir da tarde deste sábado, apenas hospitais, farmácias, mercados, padarias, açougues, hortifrutis, postos de combustíveis, óticas, lojas de material de construção, agências bancárias, dos Correios e lotéricas poderão abrir.

A quarentena não tem data prevista para terminar. De acordo com o prefeito, os dados da pandemia serão monitorados diariamente e, havendo melhora dos números, a medida será suspensa.

“Os números são absolutamente assustadores. Nós detectamos uma alta de 7% nos nossos números. Voltamos à estaca zero”, afirmou Kalil.

O prefeito citou dados da Fiocruz indicando que dois terços dos casos de infecção em Belo Horizonte são da nova cepa do novo coronavírus. Ele também disse que há oito crianças internadas por covid-19. “Caímos em dois indicadores vermelhos e não vamos esperar perder o controle da cidade para tomar qualquer atitude”, disse o prefeito.

A taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 em Belo Horizonte saltou de 74,4% para 81% nas últimas 24 horas. O índice de utilização de enfermarias passou de 60,8% para 61,9%. De acordo com a prefeitura, há no momento 20 adultos na fila de internação em UTIs e 5 adultos na fila de internação em enfermarias, além de quatro crianças na fila de internação em UTI.

O número de transmissão da covid-19 atingiu 1,16, ou seja, 100 contaminados transmitem a doença para outras 116 pessoas, em tese. A capital mineira registrou 116.419 casos de covid-19, dos quais 2.815 evoluíram para óbitos.

Kalil disse que vai conversar com os prefeitos da região metropolitana para tentar convencê-los a adotar medidas de restrição mais severas. Hoje, cerca de 40% dos internados por covid-19 em Belo Horizonte vieram transferidos de outras cidades.

Em relação a críticas recebidas por manter as escolas fechadas há um ano, Kalil disse que, em São Paulo, onde as escolas foram reabertas, 2 mil professores foram infectados e 29 morreram.

Em relação à adesão da prefeitura de Belo Horizonte ao consórcio de municípios para compra de vacinas, Kalil disse que não espera resultados dessa união. “Não existe vacina sem passar pelo governo federal. Nada vai funcionar se não for compra de vacina pelo governo federal. Mas assinei, estou dentro [do consórcio]. Não acredito [na viabilidade da compra pelo consórcio], mas em todo caso, não vou ficar de fora”, afirmou Kalil.

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