amazon 1

Aras diz que os "mil terabytes" de dados da Lava-Jato de Curitiba poderão ser consultados

Por Raimundo Bezerra em 15/12/2020 às 12:00:50


Informação inicial era que os dados fariam parte de um procedimento interno para verificar se houve irregularidade na atuação do grupo comandado por Deltan Dallagnol

Denio Simoes/Valor/Arquivo

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta terça-feira que os "mil terabytes" de dados da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba já estão em Brasília e em breve poderão ser consultados pelos demais membros do Ministério Público Federal (MPF).

"A Corregedoria requisitou o compartilhamento e foi feito com todas as cautelas devidas em ambiente criptografado; e os mil terabytes de Curitiba já se encontram aqui custodiados no órgão máster, guardados à disposição da corregedoria", disse em conversa com jornalistas.

Segundo Aras, a ideia é, no futuro, elaborar um sistema para compartilhar as informações com outros procuradores, seguindo o modelo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), para que "todo membro possa ter acesso, mas com rigoroso controle".

A informação inicial da Corregedoria-Geral, no entanto, era que os dados não ficariam à disposição de Aras e fariam parte de um procedimento interno, aberto para verificar se houve irregularidade na atuação do grupo que era comandado pelo procurador Deltan Dallagnol.

Durante todo o ano, a cúpula da PGR tentou ter acesso a esses dados. Após fazer uma requisição direta aos procuradores do Paraná, chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para obter a cópia, mas nos dois casos não obteve sucesso.

Aras também rebateu as críticas que trabalha para acabar com a Lava-Jato. Segundo ele, a PGR apenas "institucionalizou" o trabalho das forças-tarefas através dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos).

"Os Gaecos apenas institucionalizam as forças-tarefas. Vocês já se perguntaram o que é uma força-tarefa? Qual o grau de institucionalidade de uma força-tarefa? Quem paga a conta da força-tarefa? Quais os controles que têm na força-tarefa? Qual o objetivo da força-tarefa? A força-tarefa pode durar seis anos, ou a força-tarefa pode se eternizar no tempo se ela tem natureza precária, temporária, provisória? Então o que nós estamos fazendo é dar institucionalidade ao trabalho das forças-tarefa", disse Aras.

Na semana passada, prorrogou atuação das forças-tarefas da Lava-Jato no Paraná até outubro de 2021 e do Rio até 31 de janeiro.

Em Curitiba, Aras disse que a questão já está "equacionada" e que o a força-tarefa vai começar a atuar em conjunto com o Gaeco. "Curitiba não há queixa nenhuma, está totalmente equacionada. Minas Gerais do mesmo jeito: todos os Gaecos já instalados, estão funcionando adequadamente, devidamente, sem queixa", disse.

Ele, no entanto, admitiu que há problemas no Rio, onde a estrutura do Gaeco ainda não está formalizada. "A queixa do Rio de Janeiro é pelo prazo de 31 de janeiro, mas acontece que uma vez institucionalizada o Gaeco do Rio vai continuar o procurador Eduardo El-Hage como procurador natural, vão continuar todos os membros que o auxiliam no Gaeco. Só que nós vamos ter a institucionalidade", defendeu.

Fonte: VALOR ECONOMICO

Tags:   Valor
Comunicar erro
AMAZON 2

Comentários

AMAZON 3