amazon 1

SP precisa de investimento privado, mas aquecendo a demanda, diz Boulos

Por Raimundo Bezerra em 24/11/2020 às 12:00:36


O candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou hoje que seu foco na economia, se eleito, será aquecer a demanda por consumo, aumentando o poder de compra dos paulistanos. Boulos defendeu o programa de Renda Solidária como base de um plano de recuperação econômica na cidade. O candidato participa da Live do Valor desta terça-feira.

Questionado sobre a desconfiança da elite empresarial e financeira em relação a ele, Boulos respondeu: "Podem esperar de mim muita transparência, valorizando a Controladoria-Geral do Município. São Paulo precisa de investimento privado, mas aquecendo a demanda, com consumo e poder de compra, através de plano de recuperação econômica, com o Renda Solidária."

O candidato disse que a revisão do Plano Diretor da cidade, previsto para 2021, terá como prioridade o combate à desigualdade. Um dos eixos, disse Boulos, será oferecer moradia a quem precisa e reduzir as dificuldades de locomoção das pessoas pela cidade. "O foco é no combate à desigualdade, maior problema que a cidade tem", disse Boulos. "Vamos estimular geração de empregos na periferia e requalificar imóveis na região central para que mais gente possa morar no centro."

Questionado sobre o que fará com contratos vigentes de que discorde, Boulos reafirmou que vai rever concessões e parcerias com Organizações Sociais, uma a uma, tendo como critério o interesse público. "Contratos feitos, em caso de suspeita a irregularidade ou de problemas de prioridade, vamos propor revisões" disse. "Não vou chegar na prefeitura rasgando as coisas, isso é mistificação. Eu não vou tomar qualquer ação intempestiva."

Cenário para o segundo turno

Para Boulos, os eleitores indecisos de São Paulo estão migrando para a candidatura dele por estarem cansados da gestão do PSDB na cidade. O candidato afirmou que a cidade está "em estado de abandono" e "lidou mal" com a pandemia, sob comando do prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição. Ele lembrou que o governo do Estado adiou a revisão do Plano São Paulo para um dia depois do segundo turno das eleições, em 30 de novembro. Para Boulos, a decisão é "esquisita".

"Existe insatisfação com o abandono da cidade e o desejo da população por algo novo", afirmou Boulos, ao comentar pesquisa Datafolha que, na madrugada de hoje, mostrou uma redução da diferença entre ele e Covas. O prefeito tem 55% dos votos válidos declarados na pesquisa, e o candidato do Psol, 45%.

Boulos disse que tem a preferência entre os jovens, como mostra o Datafolha, porque essa faixa etária está ligada a movimentos políticos de vanguarda. Ele também negou que esteja com dificuldades de crescer nas periferias de São Paulo. "A dificuldade que tínhamos de crescer na periferia tinha a ver com taxa de desconhecimento", afirmou.

Pandemia

Questionado sobre seus planos para combater a pandemia de covid-19 se for eleito, o candidato do Psol acusou o prefeito Bruno Covas de ter uma postura "negacionista" em relação aos riscos de haver na cidade uma segunda onda do coronavírus. Apesar de o número de internações ter aumentado na capital paulista, Covas descarta a segunda onda e não alterou em nada as medidas de combate à pandemia.

"O cenário internacional indica que pode vir uma segunda onda, mas o Bruno Covas tem uma atitude negacionista quanto a isso", afirmou Boulos. O candidato ponderou que ele não é médico ou cientista para dizer qual o risco de um novo pico de infecções na cidade, mas que acha que os dados ensejariam uma atitude mais cautelosa da Prefeitura.

Boulos disse que, se eleito e se a cidade tiver uma segunda onda, vai investir em testagem em massa, rastramento de contágios e em isolamento focal de quem corra mais risco ao ser contaminado.

Guilherme Boulos, candidato a prefeito de São Paulo pelo Psol

Reproducao/Youtube

Fonte: VALOR ECONOMICO

Tags:   Valor
Comunicar erro
AMAZON 2

Comentários

AMAZON 3